Gilmar Mendes ironiza protesto contra ele com tomates, em São Paulo

 Gilmar Mendes ironiza protesto contra ele com tomates, em São Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ironizou neste sábado um novo protesto contra ele promovido por militantes anticorrupção, em frente à sede do Instituto de Direito Privado de São Paulo (IDP). Durante a manhã, manifestantes com camisetas contra Dilma e a favor da Lava-Jato espalharam tomates na entrada do prédio, onde ocorreu um encontro para debater direito constitucional e reforma política.
— Isso pode ser fornecido às entidades beneficentes, aí, que atendem a tantos carentes e tudo mais — disse Gilmar, sobre o protesto.
Em ao menos outras duas oportunidades, o ministro foi alvo de protestos com tomates ao participar de eventos em São Paulo. Em 9 de outubro, um grupo jogou as frutas em carros que levavam autoridades também ao IDP. Em agosto, seguranças apreenderam uma sacola com tomates de um dos manifestantes.
Em entrevista depois do evento, o ministro evitou comentar o embate com o ministro Luís Roberto Barroso, em sessão do STF, na última quinta-feira. Na ocasião, o colega de plenário acusou Gilmar de defender mudanças de jurisprudência de acordo com réu.

– Vamos nos ocupar de temas produtivos, acabei de falar agora sobre mudanças de regime (de governo), a necessidade de debate. sobre este tema Não vou emitir juízo sobre isso – disse o ministro, que defende a adoção de um modelo semiparlamentarista no país.
Gilmar também se recusou a responder perguntas de jornalistas sobre as condições oferecidas pelo Bradesco em empréstimos para seu filho, Francisco Mendes, e o IDP, do qual ele é sócio-fundador. O banco ofereceu descontos milionários nas operações financeiras e taxas melhores que as praticadas no mercado.
– (Isto é) assunto privado – afirmou o ministro, ao ser perguntado sobre a razão de se recusar a comentar o tema.

No evento desta manhã, a Polícia Militar retirou a acadêmica Amélia Regina Coelho da plateia do evento. A intervenção atrasou a participação de Mendes e do ministro Alexandre de Moraes, convidados para falar sobre reforma política. Assista ao vídeo:
Frequentadora usual de encontros de direito, Amélia foi abordada pelos seguranças quando já estava na plateia. Antes disso, ela se identificou na portaria, recebeu pulseira de acesso e passou por revista promovida por seguranças do STF. Por cerca de 30 minutos, os seguranças tentaram convencer a ouvinte a deixar seus pertences guardados em uma sala do prédio.
SACOLA COM JORNAIS E MAÇÃ
Amélia não concordou com a medida, alegando que outros espectadores não sofreram a mesma restrição. O debate atraiu a atenção da plateia, o que levou a acadêmica a retirar os itens de suas duas sacolas. Disse pretender mostrar que os itens não colocariam em risco à segurança dos participantes. Entre os itens, havia jornais, livros, uma sacola com roupa de ginástica, garrafa de água e uma maçã.
Ela afirmou ser admiradora do ministro Gilmar Mendes, citando, inclusive, ter participado do lançamento do livro de um de seus filhos.
Dois policiais militares entraram no auditório do IDP e determinaram que a espectadora deixasse o local. Eles não informaram a razão de sua condução. Amélia juntou os itens de suas bolsas e saiu do auditório, reclamando ter sido vítima de constrangimento e discriminação.
Ao chegar à palestra, Gilmar e Moraes foram peguntados sobre o episódio, mas não quiseram comentar, sob a alegação de que não tinham informações sobre o caso. Gilmar afirmou que este era um assunto “que diz respeito à segurança”.

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