Lula diz que também ‘pedalou’ no seu governo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou sua extensa agenda em Pernambuco na capital pernambucana, na noite dessa quarta-feira (13/7), falando para integrantes de movimentos sociais, da Central única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Sem Terra (MST), militantes petistas e lideranças políticas do Estado.
Em seu discurso eloquente contra o governo interino de Michel Temer (PDMD) e contra o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente questionou a validade jurídica de cassar uma presidente eleita nas urnas tendo como argumento as pedaladas fiscais.
O líder petista declarou que também praticou pedalas e ironizou: ”querem tirar Dilma só porque a coitada começou a pedalar?”, ironizou. Sobre a prática das pedaladas fiscais, ele confessou utilizado a manobra em seu governo e disparou que o presidente interino Michel Temer (PMDB) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSBD) também o fizeram.
“Pedaladas que eu fiz quando era presidente, que o Temer fez quando assumiu a presidência na viagem da Dilma e que o Fernando Henrique também fez. Resolveram criar um argumento que não tem sustentação jurídica, que não tem sustentação legal. A única forma que eles encontraram foi um comboio entre a imprensa brasileira, a Câmara dos Deputados e uma parcela do Senado”, frisou.
Tendo no palco a presença do presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, Lula acrescentou que desde dezembro de 2014 estão “criminalizando o PT e logo vão criminalizar os partidos de esquerda, e logo vão criminalizar o movimento sindical”.
Sem citar nomes e siglas políticas, o petista enfatizou: “o problema é que eles não se conformar de o PT ter feito em uma década o que o eles não fizeram em quatro”. Segundo Lula, a independência das instituições federais, a exemplo da Polícia Federal que atua na Operação Lava Jato, hoje tem autonomia “graças ao governo petista”.
“O fato é que o PT tirou o tapete da corrupção que existia da sala desse país”, alfinetou. “O que incomoda é que criamos um portal da transparência em que o povo brasileiro pode ter acesso a tudo, desde o papel higiênico que é comprado para o Palácio”, emendou.
Ainda defendendo a sua gestão e a de Dilma, Lula rememorou as declarações que o presidente dos Estados Unidos fez a seu respeito. “Esse presidente ouviu Obama dizer Lula você é o cara. Talvez tudo isso tenha despertado o ódio. E eles ficaram precisamos tirar essa mulher, porque se não eles vão governar mais quatro anos. Temos que ter clareza que vai ter o julgamento da Dilma no Senado, a Dilma tá dependendo de seis votos para não ser cassada. Não sei se os ouvidos mocos de senadores estão ouvindo. Este ato só vale a pena se a gente começar a cuidar da vida dos senadores, mandar WhatsApp, e-mail e perguntar se eles sabem o que é democracia”, disparou.
Após fazer sua defesa do mandado da presidente afastada e sua afilhada política, Lula seguiu de volta para São Paulo.