No Dia do Homem, confira se você sofre de masculinidade tóxica

 No Dia do Homem, confira se você sofre de masculinidade tóxica

Desde criança, o estudante de medicina Thiago Passos escuta aquela velha frase que “homem não chora”. Aos 21 anos, Thiago precisou lidar com o pior desfio de sua vida: a morte do pai. Foi preciso alguns meses de terapia para conseguir elaborar o luto e, finalmente, chorar de tristeza.

“Escutei sempre que preciso ser forte e não posso demonstrar fraqueza. O ato de chorar me fazia sentir um perdedor”, disse em entrevista.

Celebrado nesta segunda-feira (15), o Dia Internacional do Homem foi criado para conscientizar o público masculino sobre a importância da igualdade de gênero e dos cuidados com a saúde. Um dos fatores que faz com que os homens negligenciem esses cuidados é justamente a masculinidade tóxica, o mesmo problema que faz com que homens acreditem que chorar ou marcar uma consulta médica é “coisa de mulher”.

O Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres do estado da Bahia (SPM-BA), lançou, em maio desse ano, uma campanha contra a cultura machista com foco na masculinidade tóxica. A campanha faz parte da ação “Respeita as Mina”, que atua no enfrentamento à violência contra as mulheres.

A masculinidade tóxica é definida como uma ideia de masculinidade, construída pela sociedade, que considera que sentimentos são fraquezas típicas das mulheres, enquanto a força e agressividade são virtudes masculinas.

Veja abaixo se você já foi vítima da masculinidade tóxica e como isso afeta sua vida:

Homem não chora

A frase típica faz com que homens acreditem que não podem demonstrar sentimento. “Isso faz com que homens acabem somatizando as emoções e desenvolvam doenças psicossomáticas”, disse a terapeuta Ana Lúcia Carvalho. Segundo ela, a ideia de que homem não pode demonstrar dor emocional, também faz com que eles demorem a buscar ajuda para tratar problemas como a depressão.

Homem não leva desaforo para casa

Segundo as Estatísticas do Registro Civil 2017, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a chance de um homem morrer por causas violentas, com idade entre 20 e 24 anos, é onze vezes maior que a de uma mulher na mesma idade. Isso acontece porque homens são ensinados desde pequenos que devem ser agressivos e reativos.

Homem tem que gostar de futebol

A famosa frase dita pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmando que “menino veste azul e menina veste rosa” também é dita por milhares de pessoas que acreditam que meninos não podem brincar de boneca e devem gostar de futebol. “Essa ideia fez com que muitos pais estivessem ausentes da criação dos filhos, como se fosse uma obrigação apenas da mulher. Mas isso tem mudado bastante”, afirma a terapeuta.

Homem precisa querer sexo toda hora

A ideia de que o homem precisa querer sexo o tempo todo gera grande expectativa e frustração nos homens. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens sofrem de disfunção erétil em algum nível. No Brasil, mais de 25 milhões de homens têm algum grau de impotência. “Além dos fatores físicos, o emocional influencia muito nesses casos”, destacou a terapeuta.

Homem educado é gay

Homens sensíveis e educados muitas vezes são considerados mais femininos. Isso porque a ideia imposta de masculinidade tóxica passa pelo conceito de que o homem deve ser agressivo.

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