Novo coronavírus ameaça o esporte mundial com o caos

 Novo coronavírus ameaça o esporte mundial com o caos

Com o adiamento de eventos, jogos sem público e equipes impossibilitadas de viajar como medida de precaução, o esporte mundial se aproxima do caos, afetado seriamente pelas diferentes restrições em muitos países provocadas pela epidemia do novo coronavírus.

Num momento em que o futebol europeu começava a digerir o fato de ter que disputar boa parte dos jogos dos diferentes campeonatos nacionais com portões fechados, uma medida para evitar o aglomeração de torcedores, surgiu nesta quarta-feira, 11, uma decisão mais firme: o adiamento das partidas.

Foi o caso com dois jogos das oitavas de final da Liga Europa em que se enfrentariam times da Itália e da Espanha, os dois países europeus mais afetados pela epidemia: Sevilla-Roma e Inter-Getafe.

A Roma anunciou nesta quarta que não viajaria à Espanha em função da decisão do governo espanhol de suspender todos os voos procedentes da Itália, onde já faleceram 631 pessoas vítimas do covid-19.

Este anúncio chegou horas depois do presidente do Getafe, Ángel Torres, garantir que seus jogadores não iriam a Milão por medo de se meter “no epicentro do coronavírus”. “Se tivermos que perder a eliminatória, então que seja”, completou.

Diante desta situação, a Uefa confirmou nesta quarta-feira em comunicado o adiamento de ambos os jogos, o que complicará ainda mais o calendário do futebol italiano, que já sofreu alterações com a decisão do governo de suspender todas as competições esportivas no país, inclusive da 1ª divisão do futebol, até 3 de abril, lembrando que a Eurocopa-2020 está agendada para começar em 12 de junho.

Quarentena na Rússia

Outros três jogos da Liga Europa (Linz-Manchester United, Olympiacos-Wolverhampton e Wolfsburg-Shakhtar Donetsk) serão disputados com portões fechados, assim como o duelo entre Paris Saint-Germain e Borussia Dortmund desta quarta, válido pelo jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões.

Neste cenário, jogos disputados com torcida vão se tornando exceção.

Na Espanha, a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou o adiamento da final da Copa do Rei, prevista para 18 de abril entre Athletic e Real Sociedad, enquanto as autoridades francesas fizeram o mesmo com a final da Copa da Liga entre PSG e Lyon, em 4 de abril.

As restrições nos deslocamentos das equipes perturbam também outras competições, como os torneios continentais de basquete feminino, já que as equipes do Montpellier francês e do CB Avenida de Salamanca, da Espanha, não puderam viajar à Rússia devido ao período de isolamento de 14 dias imposto pelo governo russo a todas as pessoas oriundas dos países mais afetados pelo vírus.

No masculino, os próximos jogos dos clubes italianos na Euroliga (Milão) e Eurocopa (Veneza e Bologna) serão deslocados.

Chama sem público

O temor do covid-19 também provocou o adiamento do início da temporada do Mundial de MotoGP, que deveria começar no Catar em 8 de março. Ainda não há uma nova data.

A preocupação se estende também à Fórmula 1, que começaria sua nova temporada no próximo fim de semana na Austrália. Até o momento, nenhuma medida foi adotada, mas um membro da equipe americana Haas e outro da britânica McLaren se afastaram voluntariamente dos cargos após apresentarem sintomas gripais.

A epidemia também afeta o tênis. A Federação Internacional (ITF) anunciou nesta quarta-feira o adiamento – com data a determinar – da fase final da Fed Cup, prevista inicialmente para meados de abril em Budapeste. O torneio de Indian Wells, o primeiro Masters 1000 da temporada, já foi cancelado.

Os adiamentos e cancelamentos se multiplicam a somente cinco meses dos Jogos Olímpicos de Tóquio (24 de junho a 9 de agosto), o maior evento esportivo do mundo, no qual são esperadas as presenças de 11.000 atletas e 4,5 milhões de espectadores.

Na Japão, o vírus contaminou 560 pessoas, das quais 12 faleceram.

A ministra japonesa dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto, julgou nesta quarta-feira “inconcebível” adiar ou cancelar os Jogos de Tóquio, embora outro membro da entidade, Haruyuki Takahashi, cogitou a hipótese, segundo o jornal The Wall Street Journal.

Pela primeira vez em três décadas, a chama olímpica será acesa nesta quinta, 12, no Monte Olimpo, na Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, sem a presença de público.

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