O impacto do coronavírus na economia

 O impacto do coronavírus na economia

As epidemias de gripe fazem parte da existência humana. No decorrer do século XX, três epidemias de gripe assustaram o mundo, incluindo aí a gripe espanhola, que matou mais de 50 milhões de pessoas. Essa gripe surgiu nos Estado Unidos e se disseminou pelo mundo, mas todos os países, envolvidos na 1ª Grande Guerra, censuravam as notícias, e só a Espanha, que ficou neutra, deixou sua imprensa noticiar os milhões mortos e, por isso, ficou conhecida como gripe espanhola. Aliás, Bolsonaro provavelmente diria que a gripe espanhola foi uma fantasia criada pela grande mídia da Espanha.

No século XXI estamos enfrentando a terceira epidemia de gripe: o novo coronavírus. Mas o homem, ao longo do tempo, aprendeu a dominar os surtos epidêmicos com uma série de técnicas, como a quarentena, que impede sua disseminação. Por isso, não faz sentido se deixar levar pelo pânico, como está acontecendo esta semana no mercado financeiro. As epidemias se propagam em ondas e não atingem todos os lugares ao mesmo tempo. Além disso, após um determinado período atingem um ponto de estabilização e começam a recuar. Por isso, é prematuro dizer que o novo coronavírus vai causar uma recessão no mundo. A China, por exemplo, já atingiu o ponto de estabilização da epidemia, ou seja, o momento em que, após alcançar o auge, o número proporcional de infectados começa a declinar rapidamente. Se a epidemia se estabilizar na China até o final de março, o impacto econômico vai se restringir ao 1º trimestre de 2020, e a economia chinesa vai voltar a crescer e, provavelmente, de forma mais acelerada para compensar as perdas. Claro que, enquanto declina na China, estará em franco crescimento nos países da Europa, mas, passado o auge do surto, a economia se recompõe e com mais dinamismo. É claro que esse cenário embute a suposição de que todos os países atingidos adotarão o protocolo adequado, como fez a China e a Itália. Agora, para que isto aconteça é preciso que se estabeleçam ações integradas entre os diversos países e que os líderes mundiais adotem políticas para evitar a desagregação dos mercados econômicos e financeiros. Mas, infelizmente, o que se vê é cada país agindo sozinho e na base do salve-se quem puder. E aí uma epidemia, cujo impacto econômico seria relativamente baixo, pode se tornar uma crise econômica de grandes proporções.

O mundo está sem líderes

O mundo não tem líderes, e isso está causando pânico no mercado e nas pessoas. A OMS – Organização Mundial da Saúde – não percebeu que cada declaração gera pânico, e o anúncio de que o mundo está em pandemia, emitida de forma apressada e sem qualificação, atiçou os mercados e gerou mais uma onda de especulação. A essa altura, o G7 já deveria estar atuando em conjunto  e as agências internacionais atuando de forma organizada. E Donald Trump, líder da maior potência do mundo, parece preocupado apenas com seu quintal e, até o momento em que escrevo, sequer estabeleceu medidas econômicas para tentar acalmar os mercados. O coronavírus parece menos letal do que a escassez de líderes no mundo.

Ponte Salvador-Itaparica

O contrato para a construção da ponte Salvador-Itaparica será assinado em abril, no mais tardar maio. Quem garante é o secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, que, juntamente com o chefe da Casa Civil, Bruno Dauster, participou de reunião com  o consórcio que vai tocar a obra, que está dentro do cronograma. Já estão sendo solicitadas as licenças ambientais para dar início às sondagens marítimas, e o chamado plano de ataque da obra está sendo montado e aproveitará o sítio do antigo estaleiro em Maragojipe. Não se sabe ainda se quem vai construir a ponte será uma SPE – sociedade de propósito específico – ou uma empresa comum, mas, segundo o secretário, a ponte já saiu do papel.

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