STF dá 72h para Planalto entregar vídeo de reunião

 STF dá 72h para Planalto entregar vídeo de reunião

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, deu prazo de 72 horas para o Planalto apresentar cópia de registros audiovisuais da reunião do presidente Jair Bolsonaro com os ministros do governo no último dia 22 de abril. O decano ainda ordena que o governo preserve a integridade do conteúdo da gravação.

O despacho foi expedido na noite de terça-feira e faz parte do inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre a tentativa de interferência política de Bolsonaro no comando da Polícia Federal.

Mais cedo, Celso de Mello já tinha autorizado as oitivas com três ministros: Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretária de Governo).

“Oficie-se, com urgência, em complementação à decisão por mim hoje proferida, ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral e ao Senhor Secretário da Secretaria Especial de Comunicação Social, órgãos da Presidência da República, e, também, ao Senhor Célio Faria Júnior, Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, para que encaminhem, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, cópia dos registros audiovisuais da reunião realizada entre o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, Ministros de Estado e Presidentes de bancos públicos, ocorrida no dia 22/04/2020, no Palácio do Planalto”, diz Celso de Mello no despacho.

Em depoimento à Polícia Federal no sábado, Sergio Moro afirmou que Jair Bolsonaro vinha cobrando uma troca no comando da PF desde janeiro deste ano e reforçou a pressão pela mudança durante a reunião ministerial do dia 22 de abril. O encontro aconteceu dois dias antes do pedido de demissão do ex-ministro.

“O presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça”, relatou Moro.

 

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