A Loja Maçônica Prudência e Justiça Nº 248 emite carta aberta, veja na íntegra:  

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A Corrente é fraca

A Maçonaria possui princípios fundamentais e dentre esses, dois deles são pertinentes neste nosso posicionamento:

– O primeiro, é que a Maçonaria proclama, desde sua origem, a existência de um princípio criador, denominado Grande Arquiteto do Universo, ou seja, um Deus. O Deus de cada um dos membros do povo brasileiro. O Deus que deve nos guiar em nossas ações e proteger em nossas aflições.

– O segundo, é que a Maçonaria é uma escola de ensinamentos mútuos, que impõe como programa: obediência às leis do País; viver segundo os ditames da honra; praticar a justiça; amar ao próximo e trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e conseguir sua emancipação progressiva e pacífica. A escola que nos ensina a trabalhar pela evolução da humanidade.

É com base nesses dois princípios que a Loja Maçônica Prudência e Justiça, do município de Lauro de Freitas/BA, se posiciona, alertando a sociedade brasileira, que a escravidão ainda existe, mas a corrente é fraca.

Devemos a princípio uma breve observação quanto ao surgimento da escravidão, e os estudos nos ensinam que esta instituição abominável tem o seu início, na história da humanidade, após a organização do homem e da criação das chamadas civilizações antigas, ou seja, o início do que hoje chamamos de Estado.

Esta instituição abominável, chamada de escravidão, sofreu alterações até os dias atuais na sua forma de existência e a sociedade brasileira é uma de suas vítimas.

A sociedade continua amarrada, de mãos atadas, sem saber agir e a nossa proposta é alertar a sociedade brasileira de que somos escravos de alguma forma, mas a corrente é fraca e podemos modificar sua constituição.

A primeira peça desse instrumento nefasto é o Estado brasileiro, é o tronco ao qual estamos atados, um tronco disforme e pesado, mas com certeza, como todas as sociedades na atualidade, não podemos deixar de tê-lo. Mas podemos trabalhar para modificá-lo e torná-lo em forma mais agradável e de leveza compatível com nossas forças.

A segunda peça desse mesmo instrumento é uma algema que nos prende ao Estado. São as leis, elas nos regem e nos colocam na condição de viver em sociedade. São igualmente necessárias, e pelas quais devemos respeito e obediência, mas com certeza, também passíveis de mudanças e alterações, conforme a vontade e necessidade da sociedade brasileira.

Como observamos essas duas primeiras peças são necessárias para que o povo brasileiro seja reconhecido como sociedade organizada e entenda que são necessárias para que não nos tornemos um bando anárquico e desprovido do mínimo de estrutura social. São duas peças que, embora aparentemente incômodas, não podemos deixar de tê-las, mas podemos trabalhar para melhorá-las e torná-las menos injustas e mais sociáveis.

Temos também uma terceira peça que faz parte desse processo, é uma corrente. Corrente que une a algema ao tronco. Corrente que une o Estado brasileiro as leis que regem a sociedade.

Essa corrente é formada por três elos, os três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Essa terceira peça, essa corrente, é fraca. Embora esses elos estejam “intimamente” ligados, mais intimamente do que se pode imaginar, a ponto de observarmos, conforme os acontecimentos diários, de que essa ligação chega a ser promíscua, esses elos são constituídos por homens comuns oriundos da própria sociedade, e postos lá por esta. Na sua maioria, pessoas como nós, mas moralmente assemelhados a pedras de constituição arenosa, pedras de constituição frágil e duvidosa.

Os homens que constituem esses elos são hábeis na defesa de si mesmos e na proteção de seus pares, mas são os elementos mais fracos do sistema. Não falamos aqui daqueles que deles fazem parte de suas constituições por mérito, mas sim daqueles que são escolhidos de alguma forma equivocada e não possuem compromisso com as instituições que formam a corrente.

Os elos dessa corrente, assim como as outras duas peças citadas anteriormente, também são necessários e devem continuar a existir. Mas como as outras duas peças podem e devem sofrer mudança nas suas constituições. É a parte mais fraca desse processo. As duas primeiras peças podem ser melhoradas, mas não sem antes mudarmos a constituição dos elos da corrente.

Vale aqui uma ressalva. Devemos continuar a ser um povo ordeiro, obediente a hierarquia e a disciplina, e por isso, devemos usar da sabedoria para alterar nossa situação. A sabedoria está na escolha das opções que temos e com certeza o povo saberá fazê-la.

É a sociedade brasileira quem tem o dever dessa mudança e chegou na hora da mesma. Isso cabe apenas a nós mesmos.

Nicolau Maquiavel em um de seus trabalhos diz que: “Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão.”

A nossa proposta é que o povo brasileiro contraponha essa frase. Não é perigoso libertar um povo; perigoso é mantermo-nos preso e sermos escravos. O povo brasileiro não deve preferir essa condição contrária a sua liberdade. Precisamos mudar a constituição da corrente. Nomes novos, elos novos. Brasil novo, mas sem esquecermos os princípios do povo que o formam.

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