Conheça Jaci, a ilustre moradora de Pojuca que é fanática pelo Bahia

O LFNews foi até o município de Pojuca conhecer uma ilustre e fanática torcedora do BAHIA que chamada Jaciara, carinhosamente conhecida como Jaci. Ela é daquelas torcedoras fiéis que o esquadrão possui que não perde um jogo sequer, viaja para acompanhar o esquadrão, sua casa é toda decorada com as cores do seu time de coração – cama, geladeira, sofá, mesa, móveis -, ela tem mais de cem camisas do Bahia e é daquelas que mata e morre pelo tricolor de aço.

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Jaci recebeu a equipe do LFNews em sua residência cheia de alegria, simplicidade e esperança em um Bahia melhor em 2017. A receptividade foi muito boa e ao final da entrevista desfrutamos de uma bela feijoada feita por Jaci.

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Veja como foi a entrevista:

LFNews: Jaci, como surgiu essa paixão pelo Bahia?

Jaci: Surgiu no momento que eu entrei no ventre da minha mãe. Aumentou devido à minha ida aos jogos. Eu sempre tive um sonho de ver o meu filho entrar em campo com os jogadores, porém, Deus me deu o presente de ver meu filho, Atom ser divisão de base do Bahia, na qual ele ficou por três anos e meio no clube. Viram-no jogando bola na praia, pediram meu telefone e no dia seguinte me ligaram pedindo que levasse ele no Fazendão. Levei meu filho, que foi para o vestiário e já saiu para o treinamento com o uniforme do clube. Eu não acreditava no que estava vendo, as lágrimas caiam copiosamente. Atom já treinava como titular do Bahia era atacante.

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Meu casamento foi desfeito por conta do Bahia (risos). Meu ex-marido, que é professor, ensinava nos três turnos e então quando tinha jogo do Bahia a noite, eu ia para a Arena e ele ia ensinar. Com isso, os alunos o perturbavam dizendo: professor vá pra casa, sua mulher está no jogo do Bahia e você aqui, nós também queremos assistir o jogo, professor. Resultado: ele chegou em casa quebrando tudo o que tinha dentro. Nesse dia eu disse que era o fim do meu casamento. Ele passou uma semana dormindo fora, porque eu peguei uma faca para matar ele, e então ele fugiu pra casa da irmã. Quando ele voltou, chegou para mim e disse que precisava conversar comigo. Aí ele chegou pra mim e disse: rapaz, você vai ter que decidir, ou eu, ou o Bahia. Eu disse: O Bahia. Então meu casamento acabou no dia 17 de abril de 2007.

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Vou a todos os jogos do Bahia, acompanhada da minha amiga Dilma. Sou sócia desde a época em que você se associava, ganhava uma camisa oficial do Bahia, escolhia qual jogador jantaria com você e te entregaria a camisa, e então eu escolhi naquela época, o zagueiro Nem. Uma vez, fomos a São Paulo acompanhar o Bahia, que iria jogar contra o Santos. Foi um sufoco, pois, fomos na cara e coragem sem conhecer ninguém. Mas, graças a Deus apareceu em nossa vida, um rapaz de um bom coração que nos levou para Santos, onde compramos o ingresso de visitantes. Esse jogo foi 1×1, e como o Bahia precisava do empate para se manter na série A, o resultado foi ótimo.

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Vamos também a todos os jogos no “Barralixo” – como ela se refere ao Barradão, estádio do Vitória-, não sei como temos coragem, porque já apanhamos lá, já tomamos carreira, mesmo assim não desistimos.

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Lembro-me de um jogo em Maceió, entre Bahia x CRB, que foi 1 a 0 pro Bahia, gol de Fernandão, jogador este que nos conhece e sempre que nos via, falava conosco. Quando ele fez o gol, veio até a gente e “bateu” continência. Outro jogo também marcante, foi Bahia x Portuguesa, jogo do acesso, no dia 26 de novembro de 2009, o tricolor deu 3 a 0 e subiu para a série A. Nesse dia, por incrível que pareça, meu tio passou mal e faleceu. Ligaram-me para dar a notícia, e eu estava em Pituaçu. Esperei o jogo terminar e voltei para Pojuca. Se eu saísse do jogo, ele iria ressuscitar? Não. Então continuei assistindo ao jogo.    

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Em 1988, ano em que o Bahia foi campeão brasileiro, fui para o primeiro jogo contra o Internacional na Fonte Nova. Milhares de pessoas, estádio super lotado. Eu estava grávida, um barrigão enorme, e o povo me vendo e falando: olha a grávida, olha a grávida. Eu conseguir assistir o jogo numa boa. E aí teve o jogo de volta, em Porto Alegre, o Bahia só precisava empatar. Empatou e sagraram-se Bi-campeão brasileiro. Foi então outro momento marcante para mim.

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Outro momento inusitado foi quando meu filho teve dengue. Ele ficou no hospital internado por alguns dias e um desses dias tinha jogo do Bahia. Eu então liguei pro meu ex-marido e pedi que ele ficasse com Atom porque estava precisando descansar. Foi aí que entrei no táxi e me mandei para ver o Bahia. Quando eu chego no estádio, vem um jornalista e me entrevista ao vivo – os jornalistas todos me conhecem – faz a seguinte pergunta: Qual a maior loucura que você já fez pelo Bahia? Eu então disse na ponta da língua: Hoje e agora (risos). Deixei meu filho que está de dengue, internado no Hospital e estou aqui para ver o Bahia. E para o meu azar, a entrevista foi ao vivo e eles assistiram no hospital. Pense numa agonia. Eles me ligando, dizendo: minha mãe, muito bonito pra senhora. Passou você aqui na TV e você está no jogo do Bahia minha mãe. Você nos disse que iria descansar e está no jogo. Então esse foi um dos momentos mais marcante, quer dizer uma das loucuras que fiz pelo Bahia.

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LFNews: E agora em 2017, Bahia subiu pra série A, o que esperar do time?

Jaci: Espero que o Bahia monte um time bom. Basta a diretoria querer. Já falei até com o presidente Marcelo Santana. Não adianta trazer jogador caro que não produza em campo. Hoje temos dois atletas no Bahia, que não produziram nada na temporada, e que os salários dos dois juntos, pagam a folha do Atlético Goianiense, que foi o campeão da série B. Os jogadores têm que jogar com amor ao clube, respeitar a torcida. O Bahia é time grande, bi-campeão do Brasil.

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Por fim, muito emocionada, com lágrimas caindo Jaci disse que ama o Bahia, é apaixonada pelo clube, seja na série A, B ou C. Que faz tudo pelo clube. “Já cheguei até me prontificar, quando o Bahia passou por esta última crise financeira, quando esteve na série C, de lavar as roupas dos jogadores, fazer comida para eles. Fui até ao Fazendão e disse isso”.  

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