Economista alerta para ‘exageros’ do brasileiro: ‘Sai do ufanismo para um desencanto’

 Economista alerta para ‘exageros’ do brasileiro: ‘Sai do ufanismo para um desencanto’

Autor do mais recente livro “O elogio do vira-lata”, o economista Eduardo Giannetti disse, em entrevista à Rádio Metrópole, que o conceito “complexo de vira-lata” – criado pelo cronista Nelson Rodrigues – não pode ser visto como algo “repudiável”.

O termo é usado para definir o sentimento do brasileiro de inferioridade em relação aos países ricos. “Eu me pergunto: o que há de errado em ser vira-lata? É um sincretismo, uma mistura. Eu prefiro ser o vira-lata do que o poodle da madame ou o dobermann da política secreta”, afirmou.

Na avaliação dele, os brasileiros são “emotivos” e precisam ter “cuidado” com tal sentimento. “As pessoas exigem um tratamento pessoal, não gostam de ser tratados como número. Agora, contamina também nossa percepção do futuro. Quando as coisas vão bem, todos nós entramos em euforia. O país fica uma coisa meio arrogante. Quando vão mal, como agora, é um pessimismo terminal. Sai do ufanismo para um desencanto. […] São exageros da nossa imaginação. Não éramos tão bons antes e somos tão ruins agora. A realidade não é tão extremada”, analisou.

Eduardo Giannetti ressaltou que a população brasileira tem “razão de ter raiva”, diante de uma realidade com escândalos de corrupção. No entanto, ele frisou que “o caminho não é essa raiva burra, mas o espírito de melhorar as coisas”.

“Eu não quero entrar no inferno. Eu tenho esperança [sobre a eleição]. Estou trabalhando para transformar em uma realidade. O quadro está muito fluido. Acho que vamos buscar alguma coisa que não permita que a gente vá para essa polarização da ruptura. Para não perder a esperança, a coisa que mais me deu esperança foi um verso de Fernando Pessoa: ‘Extraviamo-nos a tal ponto que devemos estar no bom caminho’. Eu me agarrei nesse verso. É a minha tábua de esperança no Brasil”, pontuou.

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