Execução a PMs cresce e número de baleados se mantém alto em 2017

Aldo Carvalho Santos era considerado bom filho e profissional sério. Foi morto durante assalto a uma farmácia no bairro nobre da Pituba, em Salvador. A tragédia abalaria qualquer família nas circunstâncias que ocorreram. A outra desagradável surpresa fica por conta da profissão que exercida: era sargento da Polícia Militar. Aldo foi o terceiro agente assassinado antes de se completar os primeiros 20 dias de 2017 contabilizando a capital e Região Metropolitana.

O número deveria ter acendido o sinal de alerta para as forças da segurança pública baianas. Isso porque, no ano passado, nenhum policial foi assassinado neste período. Segundo o Departamento de Comunicação da PM, o primeiro caso de 2016 em Salvador e RMS aconteceu somente no dia 9 de março na cidade de Pojuca. Roberval dos Santos Conceição era lotado na 32ª Companhia Independente e foi baleado quando estava de folga.
O aumento considerável dos crimes no mesmo período já fez grupos que representam os militares se pronunciarem. “É um absurdo que as autoridades não se posicionem. Se o Governo do Estado não se preocupa em dar mínimas condições de trabalho para os militares, imagine como ele vai cuidar da segurança da sociedade?”, questiona o diretor da Associação dos Praças da Bahia (Aspra), soldado Alexandre Santos, em nota.
Em entrevista, ele reforçou as palavras e cobrou mais eficácia do comando da corporação. “Não vemos o governador se pronunciar. Não vemos o comandante geral se pronunciar. Além disso, a tropa está perdida achando que há determinação de facções para assassinatos contra eles”, lamenta o policial.
Santos revelou ainda que, durante o velório do sargento Aldo, se emocionou. “A mãe do policial, que era sustentada por ele, me questionou que o filho dela, agente do Estado, foi vítima da violência”, lembrou. A Aspra organiza uma manifestação para mostrar o aumento dos crimes em 2017. “Provavelmente será no dia 27 de janeiro na Barra com a presença de todas as forças da segurança”, finalizou o soldado.
Os números levam em consideração apenas Salvador e cidades ao redor. Se isso não fosse levado em conta seriam quatro militares assassinados somente neste ano. Em Barreiras, Oeste da Bahia, o bombeiro Ademon Gomes de Santana foi morto por engano quando atendia a uma suposta ocorrência no dia 10 de janeiro.

BALEADOS
Ainda nos 19 as deste ano na capital e Grande Salvador, dois policiais militares foram baleados. O primeiro caso aconteceu no bairro do Nordeste de Amaralina, no dia 4 de janeiro.
O agente fazia rondas na localidade a bordo da viatura da 40ª Companhia Independente (CIPM) quando foi surpreendido por bandidos. Ele foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE) e recebeu alta em seguida.

A outra situação foi registrada em Itinga, em Lauro de Freitas, nesta quarta-feira (18/1). Segundo a PM, o agente estava de folga quando seu veículo foi atingido por vários disparos. O policial foi levado para o Hospital do Aeroporto, recebeu os atendimentos, e não corre risco de morte.
No mesmo período do ano passado foram registradas também duas ações que deixaram policiais feridos. A primeira aconteceu no dia 11 de janeiro. Era noite quando o PM Rafael Nascimento Brezolli foi baleado. Ele estava ao lado da esposa, na porta de casa, no bairro do Candeal. Bolsa, celulares e documentos foram roubados.
O outro crime foi no dia 16. Reinaldo Carvalho de Santana, 35 anos, estava trabalhando na 50ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Sete de Abril) quando a viatura que ele estava foi recebida a tiros por criminosos. Um dos bandidos foi baleado e morreu. Já Reinaldo foi socorrido para o Hospital Roberto Santos.

*Aratuonline

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