Facebook mira TV em busca de mais receita publicitária

Facebook mira TV em busca de mais receita publicitária Quarta-Feira, 1 de Fevereiro de 2017 17:23 A rede social está desenvolvendo um aplicativo centrado em vídeos para os chamados “set-top box”, dispositivos como a Apple TV, da Apple Inc., dizem pessoas a par do assunto. Com isso, a rede social espera criar um espaço para conteúdo de vídeo, assim como um novo veículo para publicidade em vídeo. O aplicativo é um dos vários projetos do Facebook que visam transformar a empresa numa líder para disputar os recursos publicitários para a TV. O gigante das redes sociais tem promovido suas capacidades de streaming ao vivo, testando um novo produto de publicidade de vídeo e integrando no Instagram, seu aplicativo de compartilhamento de fotos, com mais vídeos.

O Facebook também está negociando com empresas de mídia o licenciamento de programação de TV de qualidade e longa duração, dizem pessoas a par da situação. Um aplicativo para “set-top box” seria uma forma natural de distribuir o conteúdo “premium” e torná-lo acessível em aparelhos de TV. O Facebook já é o segundo maior participante do mercado de publicidade digital, depois do Google, que pertence à Alphabet Inc. Mas ele informou em novembro que sua principal fonte de receita, o feed de notícias, estava ficando sem espaço para mais anúncios.

Ontem, o Facebook divulgou um salto recorde de 51% na receita referente ao quarto trimestre do ano passado, para US$ 8,81 bilhões, um reflexo do seu negócio de anúncios para dispositivos móveis que tem guiado o crescimento da empresa nos últimos quatro anos.

O lucro no período saltou de US$ 1,56 bilhão um ano antes, para US$ 3,57 bilhões. Abocanhar uma fatia maior do mercado de publicidade de TV dos EUA, de US$ 70 bilhões, poderia ajudar a empresa a continuar crescendo. Os anúncios de vídeo são considerados mais nobres do que os anúncios de texto e imagem no feed de notícias do Facebook. Embora os anúncios em vídeo já contribuam para o crescimento do Facebook, anunciantes endinheirados ainda gastam a maior parte do seu orçamento publicitário em anúncios de TV.

O Facebook enfrenta a concorrência de outras empresas de tecnologia. O YouTube, parte da Alphabet, e o Snapchat, da Snap Inc., também estão se preparando para conseguir mais anúncios de TV. O Google informou na semana passada que os anúncios que vende no YouTube geralmente custam menos que os anúncios no seu mecanismo de busca. O Snapchat está caminhando para um modelo de licenciamento de conteúdo, uma medida que os executivos de mídia dizem que o Facebook já identificou.

O Facebook começou a enfatizar os vídeos em 2014, refletindo a crença interna que o vídeo está se tornando uma parte central de como as pessoas se comunicam. No fim do ano passado, alguns funcionários do Facebook começaram a se referir ao futuro da plataforma como um tipo de “TV móvel”, segundo uma das fontes. A rede social espera reduzir o tempo que os americanos passam assistindo TV ao vivo — cerca de quatro horas por dia, em média, de acordo com a firma de monitoramento de mídia Nielsen. Os usuários do Facebook em todo o mundo gastam uma média de 50 minutos por dia em seus produtos, independentemente do tipo de conteúdo, segundo a empresa. As prioridades de vídeo do Facebook se desenvolveram, desde vídeos sob demanda até vídeos transmitidos ao vivo, e agora vídeos de maior qualidade.

O Facebook é conhecido por seus vídeos de curta duração. Mas as empresas de mídia afirmam que estão em negociação com o Facebook para fornecer conteúdo de longa duração “no formato de TV”, com mais de 10 minutos. Esse conteúdo pode incluir programas roteirizados e esportes, assim como conteúdo de entretenimento criado especificamente para a plataforma, segundo executivos de mídia a par das discussões. Praticamente todas as equipes de produtos do Facebook estão trabalhando para incorporar mais vídeos em seus recursos e aplicativos, segundo pessoas a par do assunto. Na semana passada, ele começou a testar o “Facebook Stories”, um recurso de montagem de fotos e vídeos que é uma cópia exata do popular recurso do Instagram. O Facebook se comprometeu a evitar colocar vídeos de anúncios antes do início dos vídeos de conteúdo, como acontece no YouTube, porque a empresa acredita que eles afastam os usuários.

No início de janeiro, o Facebook começou a testar os anúncios “no meio do vídeo”, um formato que lembra os comerciais da TV tradicional, inseridos no meio de vídeos ao vivo, e planeja colocar esses anúncios em todos os vídeos.

Os anúncios terão 15 segundos e aparecerão apenas depois de um vídeo ter sido visto por pelo menos 20 segundos, segundo executivos de mídia que receberam essa informação do próprio Facebook. Por DEEPA SEETHARAMAN E JACK MARSHALL

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