Inspirado na seleção, Robson Conceição volta ao ringue para enfrentar o equatoriano Gavino Guaman neste sábado

 

Quando subir ao ringue neste sábado, contra o equatoriano Gavino Guaman, em Oklahoma, nos EUA, o soteropolitano e ex-vendedor de picolé Robson Conceição não defenderá apenas sua invencibilidade no boxe profissional. Único brasileiro campeão olímpico na modalidade, façanha alcançada na Rio-2016, este lutador de 29 anos mira o cinturão da categoria super-pena (até 58,9kg).

Para este novo desafio, que será transmitido pelo Canal Combate, a partir das 21h (de Brasília), uma das inspirações do baiano estará a milhares de quilômetros de distância. Mais especificamente no Mundial da Rússia de futebol:

— Eu sempre fico feliz em representar o Brasil pelo mundo afora, e acho que durante a Copa do Mundo é ainda mais legal. O povo fica mais envolvido com nossas vitórias, com nossa bandeira. As vitórias em campo me motivam a treinar ainda mais para vencer no ringue. Estou a quatro vitórias de cumprir meu objetivo em 2018, e a seleção está a quatro vitórias de ser hexa — compara o medalhista de ouro, em entrevista por e-mail.

Conceição iniciou a preparação para a luta de logo mais em Salvador, na academia do mestre Luiz Dórea, uma das principais referências da modalidade no país. No início deste mês, o campeão olímpico, que soma sete vitórias (quatro por nocaute) em sete lutas como profissional, foi para a Flórida, nos Estados Unidos, terminar os treinamentos.

 

O lutador brasileiro garante ter aproveitado ao máximo a reta final antes do combate.

— Foi ótimo, treinamos na academia do professor Pedro Diaz (renomado treinador cubano) e na American Top Team. Isso me deixou pronto para fazer uma grande luta. Estou preparado tecnicamente e fisicamente — afirmou o boxeador.

Menino brigão na infância que se encontrou (e se acalmou) no boxe, Robson se sente em uma Copa do Mundo: cada luta é uma decisão, um passo importante na carreira.

Robson Conceição volta ao ringue neste sábado – Divulgação

HOBBY: COZINHAR PARA FAMÍLIA

Ele se diverte ao dizer que se sente como se fosse jogar uma final de Mundial. Mas prega respeito pelo equatoriano, que soma cinco vitórias e duas derrotas no cartel:

— Terei pela frente um adversário forte, que certamente quer o mesmo que eu, então, me preparei da melhor maneira possível para vencer. Quero que os fãs brasileiros comemorem cada golpe como cada gol da seleção na Copa. Vou para cima, como sempre fiz em minhas lutas — adiantou.

De origem humilde, Robson teve que se superar até chegar ao ouro olímpico. Nas duas primeiras experiências olímpicas, em 2008, em Pequim, e em 2012, em Londres, o brasileiro foi eliminado na primeira luta. Já há dois anos, a mais gloriosa página do boxe nacional no megaevento foi coroada com a vitória, por decisão unânime dos juízes, sobre o francês Sofiane Oumiha.

Casado com a ex-boxeadora Érica Matos e pai de Sophia, de 3 anos, e Stephanie — que faz o primeiro aniversário em julho — Robson tem como um dos principais hobbies cozinhar para as mulheres da casa.

Após ter alcançado feito inédito há dois anos, o soteropolitano tem muito bem definida a nova meta:

— Pretendo disputar o título em 2019. Quero ser campeão mundial, levar o cinturão para o Brasil e inspirar crianças a construírem suas histórias através dos sonhos, assim como eu fiz.

Especialmente desde 2016, inspiração é o que não falta na carreira de Robson.