“Não me elejo nem vereador”: Senador Plínio Valério recusa pedir desculpas a Marina Silva após fala polêmica

 “Não me elejo nem vereador”: Senador Plínio Valério recusa pedir desculpas a Marina Silva após fala polêmica

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) reafirmou, nesta quinta-feira (29), que não pretende pedir desculpas públicas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com quem protagonizou um acalorado embate durante sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado. “Se eu pedir desculpas para a Marina, não entro em casa, minha mulher me bota pra fora. E não me elejo nem vereador”, disse ao desembarcar no Aeroporto de Manaus, vindo de Brasília.

Na última terça-feira (28), Plínio causou polêmica ao afirmar que “a mulher merece respeito, mas a ministra, não”, frase direcionada à titular da pasta ambiental. Mesmo diante das críticas, o senador negou que suas declarações tenham caráter misógino ou machista, embora tenha reconhecido parte do excesso: “Admito que fui sem educação, mas não misógino, nem machista. Quem me conhece pelos corredores do Senado sabe que sou um cavalheiro”, afirmou. E completou: “O mundo está muito chato com essa cobrança de machismo. Não se pode falar mais nada.”

Os ataques verbais ocorreram no contexto da discussão sobre a pavimentação da BR-319, projeto defendido por Lula e que Marina resiste devido a impactos ambientais. Diante da hostilidade, a ministra abandonou a sessão sem receber pedido de desculpas.

O episódio reacendeu críticas anteriores: em março, Plínio já havia causado revolta ao declarar que teve “vontade de enforcar Marina Silva” durante sua participação na CPI das ONGs. A escalada de ataques levou ministros e parlamentares a se manifestarem em solidariedade à ministra.

Durante a posse da nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, realizada na quarta (28), a ministra Gleisi Hoffmann pediu que o ato também servisse como um gesto de desagravo à Marina: “Não podemos mais deixar que essas coisas aconteçam sem mostrar nossa profunda indignação”, declarou.

A primeira-dama Janja da Silva também reagiu, classificando como inaceitável o desrespeito sofrido por Marina: “Impossível não ficar indignada com os desrespeitos durante a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado”, publicou. Já o presidente Lula telefonou à ministra, prestando solidariedade e apoiando sua postura frente aos senadores.

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