Pacto com a sociedade para construção da Cidade Educadora é o grande desafio, diz palestrante da Univerão

 Pacto com a sociedade para construção da Cidade Educadora é o grande desafio, diz palestrante da Univerão

“Para que uma cidade seja educadora, todos tem que fazer parte”, afirmou o ex-reitor da UFBA-Universidade Federal da Bahia, Naomar Monteiro de Almeida Filho, na conferência “Perspectiva para uma Cidade Educadora-conceitos, desafios e proposta”. Realizada no Centro Panamericano de Judô nesta quarta-feira (16) dentro da programação da Univerão (Universidade de Verão), a atividade contou com a participação de profissionais de educação de Lauro de Freitas e de outros municípios.

O professor Naomar Monteiro fez uma análise do cenário educacional do país e ressaltou a importância de conhecer as diferenças entre educação e ensino. “O conceito de educação deve conter uma integralidade horizontal e vertical. É difícil mudar, mas precisamos transformar a perspectiva negativa em desafio”. Num diagnóstico paralelo ao da Cidade Educadora Naomar questionou o conceito brasileiro de universidade, uma instituição pública, mas que não é voltada para o povo.

“A universidade tem uma linhagem institucional, uma missão, é diferente do ensino superior. Espaços de demandas sociais não ficam vazios, mas com a falta de capacidade de absorção das instituições públicas acaba abrindo espaço para as instituições privadas (mercado). A ideia da universidade livre vem com um desafio. É necessário refletir como superar transformando o problema em perspectiva. Com o funcionamento da Cidade Educadora podemos demonstrar que é possível”.

Dividindo a mesa com o professor Naomar, o secretario de Educação de Lauro de Freitas, o professor Paulo Gabriel Nacif explicou o significado de Cidade Educadora com o exemplo da Universidade de Verão, ratificando a afirmação de Naomar sobre a necessidade da participação popular na construção do processo e em sua execução.

“Eu acho que não discutir a educação de forma concreta e radical é não mexer no assunto. Precisamos ter um pacto social, o Estado sozinho não dá conta, as pessoas têm que fazer parte desse pacto. A Univerão vem como um grande desafio de integrar tudo que já foi conquistado nesse sentido e com essa experiência poderemos aprender que não precisamos separar a mente que aprende da que se diverte”.

A roda de conversa que foi mediada pela professora da rede municipal de Lauro de Freitas Andreia Bispo, contou com a colaboração do sociólogo e doutor em Educação Luiz Dourado. O pesquisador atribuiu a Univerão o ponto de partida para a construção de uma universidade livre e popular. “A Univerão foi proposta a partir de um horizonte de vontade política, completamente delineado, nascido no âmbito da territorialidade de Lauro de Freitas. Esse projeto e sua vitalidade cabem a cada um, pois é um projeto para todos e por isso popular”.

O debate que foi aberto de maneira lúdica com a apresentação musical de Willian Lima, aluno da oficina de chorinho da Univerão realizada na última terça-feira (16) junto com o professor Juvino Alves dos Santos Filho, que ministrou o curso. Ao som do acordeom e do clarinete, as músicas Lamento Sertanejo e Asa Branca deixaram o público aquecido para o debate. Luiz Dourado finalizou a roda de conversa citando Paulo Freire. “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

O ciclo de conferências continua nesta quinta-feira (18), ás 14h com o antropólogo e professor da Universidade de Brasília (UNB) José Jorge de Carvalho, que vai abordar Comunicação: Descolonização do Conhecimento na Universidade no Centro Panamericano de Judô.

A grade de conferências, minicursos, oficinas, show e palestras pode ser conferida no site www.laurodefreitas.ba.gov.br/univerão.

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