Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia comemora 70 anos com seminário sobre matrizes africanas

 Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia comemora 70 anos com seminário sobre matrizes africanas

Os 70 anos do Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia foram comemorados com extensa programação iniciada no dia 12 e encerrada neste domingo (29) com o seminário Mãe Mirinha de Portão sobre preservação da cultura de matriz africana, no Terminal Turístico de Portão. O seminário foi aberto no sábado com uma visita guiada pelo terreiro, seguido de debates ministrados por personalidades conhecedoras da temática. O historiador Gildásio Freitas, a Mameto Kamuruci e a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial Fabya Reis fizeram parte do quadro de palestrantes. No final do dia foi exibido um documentário sobre o terreiro.

A prefeita Moema Gramacho, que participou da atividade, parabenizou o terreiro pelos 70 anos de uma história que tem muito a ver com resistência e luta. “Ver uma entidade completar 70 anos é porque tem muita história e Mãe Mirinha, que herdou o legado de Joãozinho da Gomeia e conduziu o terreiro por tanto tempo, é um exemplo de luta que merece nossos aplausos. Enquanto Prefeitura vamos fazer tudo pra preservar essa história”.

Para Mameto Lúcia, yalorixá do Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia, o sentimento pelos 70 anos é de gratidão, resgate, memória e continuidade. “Estamos comemorando estes 70 no sentido de ter mais 70. Realizamos o seminário neste espaço que leva o nome dela, pois se não lembramos nosso passado ficamos sem futuro. É uma emoção muito grande poder contar com o carinho da prefeita, pois é difícil um governante admitir que gosta, que tem apreço, que entende as resistências dos terreiros de candomblé. Não tenho palavras, é somente gradecer a todos os ancestrais por estar vivendo este momento. Não é todo mundo que pode fazer esse tipo de comemoração. Obrigada! Gonzo, gonzo a todos”.

As comemorações do aniversário do Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia começaram no dia 12 com uma cerimônia de abertura e um jantar para os participantes. No dia 21 foi realizada a Festa de Oxóssi e no dia 29 o terreiro levou um presente para Oxum nas águas doces da Lagoa do Abaeté. Ao final do seminário, no domingo (29), às margens do Rio Joanes, os participantes ofereceram aos orixás flores, pipoca (flor do velho), milho branco e farofa pedindo proteção. O Bloco Afro Bankoma mais uma vez encantou a todos com a música, o balé e a beleza do figurino

O Terreiro

Fundado em 1948 por Mãe Mirinha, o Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia está localizado no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, e é de origem congo-angolesa. Com o falecimento de Mãe Mirinha, em 1989, Valdete dos Santos, sobrinha de Mãe Mirinha e filha de santo assume o posto. Tempos depois Valdete é afastada e Mãe Lúcia (neta de Mãe Mirinha) assume o terreiro.

Além da tradição religiosa o Terreiro São Jorge Filhos da Gomeia oferece à comunidade atividades como cursos de percussão, fabricação de instrumentos, dança, corte e costura e estética afro. O Bankoma também surgiu no terreiro e atualmente com 3.500 foliões associados é o único bloco afro de fora que desfila também no carnaval de Salvador.

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