Servidores que lidam diretamente com o ENEM pede suspensão das provas em todo o Brasil

 Servidores que lidam diretamente com o ENEM pede suspensão das provas em todo o Brasil

Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), se juntaram a outras entidades e pedem a suspensão do calendário da prova deste ano por causa da pandemia do coronavírus.

As informações foram publicadas, nesta quarta-feira (13/5) no jornal Folha de São Paulo. De acordo com a publicação, na contramão da maioria dos países, o Ministério da Educação insiste em manter as datas das provas mesmo com o número crescente de casos de contágio e o fechamento de escolas em todo o país. Entidades estudantis entraram nesta última segunda-feira (11/5) com um mandado de segurança para o adiamento do exame.

“A sociedade brasileira, ora apresentada pelas entidades abaixo-assinadas, exige que o MEC suspenda o calendário previsto para o Enem e aguarde o desenrolar dos acontecimentos em torno das modificações impostas pela pandemia, quanto o retorno às atividades presenciais para redefinir sua realização”, diz a carta, que também é endereçada ao Ministério Público Federal e ao Congresso Nacional.

Eles destacam ainda que o Conselho Nacional de Educação (CNE) já recomendou explicitamente ao ministério e ao Inep que acompanhem a reorganização dos calendários dos sistemas de ensino antes de estabelecer o cronograma de avaliações de grande escala, como o Enem. “Dada a incerteza do momento, o mais indicado seria que tais exames não sejam aplicados em 2020”, diz a carta.

Ressalta ainda que a manutenção do Enem envolve o risco de agravamento das desigualdades educacionais. Todas as redes estaduais de ensino, que concentram 87,5% dos alunos de ensino médio do país, interromperam as aulas. Estudantes mais pobres enfrentam maior dificuldade para estudar de forma remota e terão menores chances no exame.

“A realização de atividades escolares através de meios virtuais negligencia o fato de que grande parte dos jovens brasileiros não dispõe desta possibilidade e das condições necessárias para acesso e aprendizagem dos conteúdos exigidos nas avaliações definidoras para o prosseguimento dos estudos em nível superior”, destaca.

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